sábado, 4 de outubro de 2008

Vamos colocar as cartas na mesa?

Cliferthon Lucas

Ronaldo Tiradentes - Se o senhor sentar na cadeira de prefeito novamente, a partir de primeiro de janeiro, qual será a primeira determinação ao seu secretariado? O primeiro ato de prefeito?

Amazonino Mendes – Tomar pé, um levantamento como seu sempre faço. Conhecer para planejar. Quero saber tudo e partir para um planejamento imediato, como eu sempre fiz.(...)Em entrevista a Rádio CBN nesta terça-feira, dia 30, o candidato Amazonino Mendes (PTB), da coligação” Manaus, um futuro melhor” desferiu a frase mais honesta deste pleito. Que caso vença as eleições do dia 5 de outubro, irá fazer um “planejamento” depois de um “levantamento” da situação da prefeitura. Muito bom o candidato que pense desse jeito.
Afinal, um candidato à Prefeito deve se preocupar em saber primeiro a real situação para somente depois realizar seu plano de governo. Porém, o que se questiona é uma coisa muito simples. Como o candidato vai cumprir então com suas propostas (reduzir o IPTU em 20%, criar o Bolsa Família Municipal, Faculdade Digital, bolsas de estudos para alunos carentes em faculdades particulares, parques, viadutos, creches, escolas de tempo integral, maternidades, hospital da mulher etc...) entre tantas outras promessas de campanha sem saber a realidade dos cofres públicos?

Outro candidato, Omar Aziz (PMN), da coligação “União por Manaus”, promete criar subprefeituras, metrô de superfície (novamente), hospital da mulher, construir mais de 300 casas do médico da família (com dentista sem saber quanto é o custo de um consultório odontológico, como ficou claro em debate no Centro Universitário do Norte - Uninorte), mais viadutos, passagens de nível, mais creches, uma tomada de água em parceria com o governo estadual na Ponta das Lajes, casas populares, entre outras pérolas já conhecidas da população.

O orçamento da Prefeitura Municipal de Manaus é de aproximadamente R$ 1,7 bilhão. Mais de 50% está comprometido com pagamento do funcionalismo público e a manutenção do aparato da administração. Então, sobra mais ou menos R$ 850 milhões para fazer tudo isso que eles estão prometendo. A pergunta que faço é como esses “candidatos” podem prometer coisas que eles mesmos sabem nunca sairão do papel? A resposta é simples.

Amazonino Mendes (PTB), Eduardo Braga (PMDB), Alfredo Nascimento (PR) e Omar Aziz (PMN) são membros da mesma escola política. São mestre e alunos de uma mesma filosofia. Praticam os mesmos subterfúgios para chegar ao poder. São indas e vindas de um relacionamento que é interrompido apenas quando o osso não dá para ser dividido.

O ex-governador criou um jornal para servi-lo de assessoria de comunicação em 2006, o atual governador comprou um jornal a beira da falência para fazer a mesma coisa. Os dois são alvos de investigações. Tiveram seus governos maculados pela praga da corrupção. São faces de uma mesma moeda. O que impressiona é que a decadência moral, ideológica e ética que assola a política brasileira colocou na pequenez a honestidade, enquanto a nefasta prática de roubar é festejada e brindada com a impunidade.

Nossas crianças crescem com a visão de que ser “esperto” é mais válido do que ser honesto. Que os fins justificam os meios. Que nesse chiqueiro que se transformou o cenário nacional, é melhor se comportar como um porco.

Mais como o título diz; vamos colocar as cartas na mesa? O PCdoB de Vanessa e Eron só apóia Omar por que a comunista recebeu a promessa do governador de que apoiará sua candidatura ao Senado em 2010. O mesmo acontece com Alfredo Nascimento, que vai concorrer, com as bênçãos de Braga, ao governo do Amazonas. Caso vença, Omar será o gerente de Braga na prefeitura. Se o plano dos filhos der certo, vencerão os velhos mestres em seus próprios jogos.

Porém, se o exército invisível, de que falava o saudoso senador Péres, resolver travar a batalha pela ética contra essa escola política que há 20 anos manda em nossa terra, não tenho duvidas de que todos (Eduardo, Amazonino e Alfredo) se reunirão no segundo turno e marcharão unidos para conter o avanço da seriedade no trato da coisa público.

Muitas traições ainda vão acontecer até o dia 5. Mas acabar com esse mar de lama só depende de nosso voto. Deixando para trás de uma vez por todas as velhas práticas que tanto deixaram no atraso nossa terra. Vamos dar um fim ao coronelismo!

Jornal Tréplica

Um comentário:

Tréplica disse...

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